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quarta-feira, 6 de maio de 2015

O mesmo trajeto de sempre


Eu continuo fazendo o mesmo trajeto de sempre só pra ver se te encontro sem querer num hora dessas. Assim, eu poderei me esbarrar em você, sem querer, é claro, e poder falar "que coincidência te encontrar por aqui!". 


Eu continuo fazendo o mesmo trajeto de sempre, e a cada passo, me vêm lembranças de quando fazíamos juntos. Histórias, risadas, discussões, todas vividas naquele longo caminho de concreto.

Eu continuo fazendo o mesmo trajeto de sempre, e a cada pedra de paralelepípedo, e cada piso desgastado daquele viaduto, e cada sinaleira que fecha, e a cada rua que atravesso, percebo que tem mais da gente ali, do que de qualquer outra coisa.

Eu continuo fazendo o mesmo trajeto de sempre, e às vezes ouço sua voz ecoar por entre as paredes de muros pichados, e hoje até senti seu cheiro.

Eu vou continuar fazendo o mesmo trajeto, quem sabe um dia tu não aparece por lá e me diz "que coincidência te encontrar por aqui!".

domingo, 26 de abril de 2015

Antes despedaçado do que arrependido

Melhor um coração despedaçado do que um coração arrependido;
Melhor conviver com o nunca mais do que com a possibilidade de um talvez.

Às vezes é até melhor te ver de longe do que te ver de perto, e te deixar perder...

terça-feira, 7 de abril de 2015

Je t'aime parte 2

Foram meses sem preencher palavras cruzadas, as quais fiz estoque para que completássemos juntos. Meses sem ouvir o "Canções de Apartamento" do Cícero Rosa Lins, porque era o nosso CD predileto, além disso, meses também sem vestir aquele vestido verde que você adorava em mim, lembra? Meses sem tocar violão, pelo simples fato da saudade aumentar a cada acorde. Meses lembrando de você a cada vez que ouvia, via, ouvia falar de um ukulele, e até mesmo meses tentando não imaginar como será café com vodca.

Foram meses sem assistir Catfish e duas desistências de seriados que começamos juntos. Foram excluídos do meu celular todos os jogos que jogávamos juntos, e meses vendo as fotos suas que Magnoni postava, percebendo que a cada dia você estava mais bonito.

Foram meses sem querer ir no Pelourinho, e das vezes que fui, quase obrigada, foi a cada momento percebendo que cada pedra no chão, cada praça, cada bar e cada bola de sorvete d'A Cubana tinha uma história nossa pra contar.

Foram meses virando o pescoço a cada vez que passava pelo local onde você costumava trabalhar, só para ter o prazer de vê-lo de longe nem que seja por três segundos. Poucas vezes fui feliz nas minhas tentativas, mas nas raras, você estava sempre sorrindo e isso me aliviava. Sabe aquele livro que compramos no nosso primeiro encontro? Então, há meses escondendo de mim mesma para não lembrar do quão bom foi aquele dia.

Talvez eu até tenha levado alguns meses para perceber o quanto sinto falta da nossa simplicidade de amar, do nosso jeito de ser feliz em qualquer que seja a circunstância, o momento, ou o colchão de solteiro que dividíamos.

Foram meses sem falar, mas agora eu digo: je t'aime mon amour

segunda-feira, 30 de março de 2015

Ou talvez

Talvez um chocolate cure um coração chicoteado
Talvez um banho quente aqueça um coração gelado
Talvez o próprio tempo cubra o tempo desperdiçado
Ou talvez, nada disso sirva.
Nunca é fácil dizer não, mas às vezes, se faz necessário.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Quando tu me olhas

As vezes tu me olhas sério, como quem tenta estourar meus tímpanos com o silêncio acompanhado do olhar;

As vezes tu me olhas afável, como quem quer me abraçar de longe, e eu sinto;

As vezes tu me olhas impressionado, positivamente, quando vê meu corpo nu, ou quando me vê além do rosto, além da pele, por dentro dos olhos;

As vezes tu me olhas com desprezo, dói, mas sei que é passageiro;

Mas as vezes tu me olhas e não me percebe;

E as vezes tu me olhas e nem me vê...

quinta-feira, 19 de março de 2015

Guardando pra você




Estou guardando pra você o amor que ainda não dei
o sentimento que ainda não senti e o carinho que não recebi

Estou deixando pra você o sonho que ainda não sonhei
as palavras que ainda não citei, o amor que nunca recebi

Estou levando de você o misterioso que ainda não descobri
o abraço que não aproveitei, o beijo que não recebi.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Ela estava ali

Ela estava ali, em sua frente. Seios despidos, taça de vinho tinto em mãos e batom vermelho.

Os dedos, com unhas pintadas de azul, seguravam o recipiente como se ele fosse escorregar de suas mãos. O rímel dos olhos, já borrados, demonstravam uma suposta noite de farra, de choro, ou de qualquer outra coisa que a faria ultrapassar seu limite. Seios levemente caídos, naturais, macios e auréolas rosadas.

Ela estava ali, poderia não estar completamente, mas estava. E você? Durante esse tempo que ela estava sentada à sua frente, onde esteve?

Ela se insinuava, ela te insinuava, ela insistia em diversas tentativas, falhas, de sedução. Ela estava ali, e só queria que você estivesse também.