
Tomei um ônibus às pressas indo a encontro do meu amado. Paasando a metade do caminho, subiu-me um velho moço e sua sanfona modesta, talvez um tanto anciã, mas não não lhe tirava a descência. A idade avançada e o balanço da condução não lhe permitiram que ficasse de pé, então sentou-se na primeira carteira à sua frente e começou a tocar seu ilustre instrumento; uma cantiga antiga, que me lembrava o sertão nordestino. Aquilo acalmou-me os ânimos, e passei a apreciá-lo de tal forma inesperada. Ah, como alegrou-me ver aquele moço de terceira idade nos banhando com sua música, num chapéu negro de couro, igualmente à seus sapatos, aquela camisa rubra que me parecia manchada... Poderia ver aquele moço tocar por horas, mas levantei-me e tive que lhe dar as costas, o meu ponto chegou, e verei meu amado.
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