E eu que pensei que minha vida seria coberta de cinzas, em emaranhados de ideias supérfluas e medíocres, abundante em novidades antigas, solitária enquanto respirar. Eu que pensei já havia mudado, aprendido, amado e sofrido demais, deparo-me comigo mesma, frente ao espelho perguntando-me das antigas crises existenciais, concluindo que não é mais uma crise qualquer, nem sequer é crise, e sim uma visão de mim mesma e do mundo, admito a mim que não aprendi o suficiente, mas suficiente para que ? Não descobri ainda, mas talvez toda essência seja essa, de não saber as respostas, muito menos o futuro, assim é melhor, embora não nos conformemos.
O volume alto da boa música parece tirar-me a concentração, mas concentração para quê ? Ah, dane-se, só preciso escrever por motivo de força maior como dizem os oficiais. Mas voltando a minha concepção, acho que nunca saberemos o que é suficiente e para quê serve, não sabemos quando parar, apenas sentimos e paramos. Temos a mania de elevar sempre o nível de algo, de se superar, por isso buscamos o indisponível, verdade, talvez seja essa a desculpa para os amores não correspondidos. Aliás, parecemos inventar desculpa para tudo não é mesmo ? Sempre alguém diz: Aconteceu porque deus permitiu. Outrora ouço dizer: Está gripado porque ficou no sereno. Essa necessidade de resposta é tão grande, que algumas vezes nossas desculpas viram esfarrapadas. Talvez nem precisemos da metade das respostas de nossas perguntas, mas a incerteza é dura, é cruel e nos tira o sossego.
Falando por mim, não procuro por mais respostas, tenho sede de perguntas, elas sim me mantêm de pé, e faz com que me indague e me aprimore, está decidido: não me escusarei mais. Também já tenho um amor que me compreende, é, descobri que não tinha mesmo amado demais, e o possuo muito para dar, aproveito e esbanjo sobre os brotos, futuras flores que banharão a primavera subsequente.
Agora chega que indagar, vou vasculhar mais perguntas, e o meu amor me espera.
"por isso buscamos o indisponível, verdade, talvez seja essa a desculpa para os amores não correspondidos"
ResponderExcluirMe soou nostalgico, mas de alguma forma justifica atitudes aleatórias. O indisponivel é a chave que nos impulsiona a cair e reergue-se todos os dias vividos.
De verdade nem foi nostalgia, e sim o que acontece aí à todo momento.. é algo que todos já passaram, ou vão passar por isso.
ResponderExcluirE obrigada pelo comentário viu *-*